O último poema (Manuel Bandeira)
Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Assim Bandeira quereria que fosse seu último poema. Assim eu quereria que fosse meu último amor:
Que fosse terno fazendo de cada simples momento o mais especial
Que fosse duradouro, mas sem ser rotineiro e/ou banal
Que fosse ardente como olhar trocado transmitindo o mais sincero sentir
Que tivesse a beleza do encontro, reencontro, fim da busca
Que tivesse a simplicidade gostosa que nos faz querer apenas ouvir
Que fosse caloroso só de olhar e admirar os pequenos detalhes da pessoa amada
A pureza de curtir fazer as coisas mais singelas juntos e esquecer do mundo lá fora
A vontade de ouvir a voz, sentir o cheiro, acariciar o rosto
A paixão de abraçar e sentir o coração do outro batendo tão rápido quanto o seu...
Não compararia ao desejo suicida, mas à paixão pela vida.
Livro de memórias de Francis Austen
Há um dia
2 comentários:
Sonho que se realiza...é o melhor de todos o sonhos! ;)
Nós não precisamos nos preocupar com as palavras que se perdem da vista, desde que o sentimento continue no coração. O que está escrito, ou o que é falado, de nada vale se não for colocado em prática. É no fazer e no viver cotidianos que os sentimentos encontram expressão, tornando-se mais palpáveis, quase concretos; pois caso fosse diferente, não passariam de ilusões. Aquilo em que se insiste, persiste! ;)
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