Depois de um feriado prolongado, justo hoje, em plena segunda, eu passei mal e tive que me retirar pro lar. Mas depois de um fim de semana tão gostoso, me sobra inspiração e mais o meu desejo de voltar a escrever no blog "Reinações", voilá, um post!
Eu sempre fui do tipo que se apaixona: por um vestido, um sapato, uma cor de batom, um livro, um personagem, uma voz, um cheiro, um homem. Eu nunca troquei a cor das lentes cor-de-rosa dos meus óculos invisíveis.
Acreditava em um amor perfeito, de família de comercial de margarina e muitas vezes até me iludi com essas ideias. Nada como a chegada dos 30 aninhos pra te jogar uma bacia de água fria!
O homem dos meus sonhos já foi de olhos claros, já foi cantor de Hard Rock, já foi de todas as formas que minha imaginação podia pensar!
E, hoje, aos 32 anos e quase 2 meses, percebi que o homem dos meus sonhos é o meu! É quem me faz rir o tempo todo, inclusive nos momentos de extremo mau humor; me ouve, me analisa (se eu pedir) e me ajuda a encontrar respostas; me ensinou a ser mais leve e a não ter medo de falar palavrão e mostrar o dedo; me chama de linda, beija meus pés, literally. É tão admirável, que quando está concentrado, adoro olhar seus olhos e seus cílios perfeitos...
O homem dos meus sonhos não é perfeito. Nós somos perfeitos juntos. Rimos, conversamos sobre tudo! Meu Deus, nunca tive tanta abertura com alguém!
Sei que muitos vão dizer que é papo de mulher apaixonada e é mesmo. Não que ele seja menos que isso tudo que descrevi. É que eu queria ter descoberto que ele existia antes. Eu queria ser feliz assim há muito mais tempo!
Contudo, tenho certeza que a nossa hora agora, pois eu não era a mesma que sou hoje. Eu mudei, eu cresci. E acredito que ele também. Essa resiliência faz toda a diferença na procura pela sua metade. Saber que o tempo vai te lapidar, ajudará bastante.
Enquanto isso, não podemos deixar de sonhar, de querer. E claro, de procurar.
É isso,
Beijos
Mari
O Homem dos sonhos
Marcadores: acreditar , amor , apaixonados , feliz , homem dos sonhos , inspiração , resiliência
As boas mulheres do mundo.
Estou me encantando com a leitura de "As boas mulheres da China". Segundo minha sobrinha, sou fã de histórias tristes. Nope, sou fã de histórias inspiradoras ainda que tristes.
As mulheres chinesas sofrem e qual é a mulher que não sofre? Apesar de nossos mundos serem diferentes, nossas dificuldades materiais e expressivas mais brandas, a essência do nosso querer e sonhar não têm diferença. Somos mulheres no mundo. Queremos amar e ser amadas. Queremos o direito às escolhas, ao respeito e à aceitação. Eu sou uma mulher que almeja isso tudo.
Fomos (somos!) criadas para a maternidade, para cuidar de um homem e seguir nosso papel até o fim da vida. Não me sinto constrangida por não saber cozinhar, nem ser uma "boa mulher" no sentido tradicional da palavra. Afinal, O que é ser uma "boa mulher"?
Não ter limitações? Nem cansaço? Nem sono? É trabalhar o dia todo, estudar à noite e chegar em casa pronta e disposta a lavar, passar e cozinhar, dar conta do dever de casa com os filhos e ainda ser uma tigresa na cama? Cansei só de pensar!
Eu sinto sim a pressão da sociedade sobre os meus ombros, seria idiota dizer que não. Encarei os olhares de decepção quando minha mãe viu que não nasci pro lar. Entretanto, hoje, aos 31, isso não me consome mais. Aprendi a me permitir ser o que sou.
Não condeno quem é assim. Admiro. Aceitei que não é pra mim e ponto.
Eu sinto outras pressões sobre meus ombros ainda. Isso nunca vai parar, pois é parte da vida. O que mudou foi minha atitude frente a isso. Não abaixo meus olhos, amo ser quem eu sou, toda vicíos e poucas virtudes. Sou única!
E você, quem é? A vítima? A vilã? Ou as duas? Você é mulher, homem, ambos. Pai, mãe. Chefe, subordinada. MULHER. O ser mais lindo criado por Deus (ou não?), está aqui sobre a Terra, sob o azul, com os olhos voltados -sonhadores- para as estrelas.
Não tenho medo dos julgamentos, eles não me consolaram nos momentos de vazio e infelicidade. Eu sei da minha dor e do quanto são penosas algumas escolhas.
O que eu quero daqui em diante é oportunidade. Quero poder escolher isso ou aquilo, lá ou aqui! Só isso.
E torcer para que outras, como eu, possam se permitir essa busca.
Continua...
Marcadores: As boas mulheres da China , China , escolha , mulher , oportunidade , Xinran
Da descoberta de que eu posso ser feliz...
Me veio, não sei de onde, uma vontade de escrever. E de falar de felicidade. E de como só a temos de verdade quando aprendemos a não tê-la. Somos mulheres criadas para a felicidade, mas não para conquistá-la, só para ter e pronto. E vamos todas sonhadoras, inocentes e ingênuas achando que está garantida.
O que ninguém conta é que para chegar até ela há um caminho bem duro a percorrer, imposto pelos sonhos inalcançáveis que construímos com as pessoas erradas. Não é em vão. É penoso até o ponto em que desistimos de sonhar e passamos a aceitar que a vida é assim mesmo.
O que sempre me inquietou foi a certeza, que nunca me deixou, de eu podia, queria e teria mais. Hoje eu vejo que o que eu tinha não era ruim, eu é que não me encaixava. Meus sonhos continuam maiores que eu. Maiores que minhas escolhas, porque eu acredito no que está reservado pra mim.
Não acredito em príncipes, apesar de adorar histórias românticas de amores impossíveis e possíveis também. Adoro clichês! Acredito em pessoas, nos erros e acertos e no que elas se transformam a partir disso.
E não foi em vão. Mas foi surpreendente!
Eu posso ser feliz do jeito que eu sonhei. Pessoas com as quais eu sonhei existem. A pessoa que eu sonhei existe. Não há perfeição, há compreensão, respeito...e isso é tudo que eu achei, por algum tempo, que não era real, exceto na minha cabeça de vento.
Eu posso ser feliz até do jeito que eu nunca sonhei, porque há coisas que eu nem sabia que existiam! E não tem coisa mais gostosa do que essa surpresa. Posso e quero e vou...e sou.
E ainda falta muita história pra ser escrita!
Um Passo de Cada Vez
Quando iniciamos um relacionamento, ele começa recheado de sonhos, expectativas e coisinhas mais que gostosas...é uma descoberta atrás da outra! Ele se desenvolve, passamos a conhecer mais sobre os outros, defeitos e virtudes, manias, facetas da personalidade que até então eram desconhecidas e talvez até inaceitáveis. Com os olhos do amor, tudo se torna menos importante, já que estamos ali para aceitar o outro porque o amamos.
Infelizmente, em alguns casos, passa-se por situações turbulentas, sofremos, choramos, sentimos que morremos um pouquinho por dentro. E é assim que acontece. Pegamos uma estrada que não queríamos pegar e descobrimos que é a estrada para o fim. E é duro aceitar que pegamos esta estrada. E é mais duro ainda admitirmos que não há como sair dela. Dói soltar as amarras. Dói deixar sonhos não realizados para trás. Fica aquela sensação de que faltou completar alguma coisa, como se tivéssemos nos empenhado muito em um projeto que não foi aprovado.
Decididamente, a palavra FÁCIL não se aplica aqui. Não se trata de deixar pra trás o que não serve mais, pessoas não são descartáveis, amores não são descartáveis. Fica tanta coisa! Fica a saudade das pessoas que vocês encontraram no caminho, dos amigos em comum, da família que antes era de um ou de outro e passou a ser dos dois. Fica a falta dos momentos de reunião de pessoas queridas, dos risos compartilhados...
Fica o que construímos juntos. Fica o fruto do amor que um dia existiu ali.
É o momento de cortar o laço. De aceitar o que de bom ficou e entender que não foi eterno como um dia se pensou...
É tempo de seguir, de compreender onde erramos para não repetir os mesmos erros. É hora de crescer, de sermos adultos, de aceitar o adeus para que haja um até logo amigável no futuro.
Eu derramo lágrimas e não poucas. Mas, minha convicção é mais forte que nunca. Eu me escolhi desta vez. Escolhi meus sonhos. Escolhi o fim da perda da minha essência, da minha redescoberta. E, assim, vou seguir. Um passo de cada vez.
Minha vida sempre teve ciclos e todos eles tiveram seu começo, meio e fim!
O último amor
O último poema (Manuel Bandeira)
Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Assim Bandeira quereria que fosse seu último poema. Assim eu quereria que fosse meu último amor:
Que fosse terno fazendo de cada simples momento o mais especial
Que fosse duradouro, mas sem ser rotineiro e/ou banal
Que fosse ardente como olhar trocado transmitindo o mais sincero sentir
Que tivesse a beleza do encontro, reencontro, fim da busca
Que tivesse a simplicidade gostosa que nos faz querer apenas ouvir
Que fosse caloroso só de olhar e admirar os pequenos detalhes da pessoa amada
A pureza de curtir fazer as coisas mais singelas juntos e esquecer do mundo lá fora
A vontade de ouvir a voz, sentir o cheiro, acariciar o rosto
A paixão de abraçar e sentir o coração do outro batendo tão rápido quanto o seu...
Não compararia ao desejo suicida, mas à paixão pela vida.
Marcadores: amor , Manuel Bandeira , poema
Serendipity